Perda de outra pessoa
Lembro-me de ter aprendido anteriormente neste processo terrível como lidar com outras pessoas que também sofreram uma perda. A maioria das pessoas é muito tímida no começo para compartilhar qualquer coisa com você, porque teme que seja a hora errada ou que você ainda não está pronto para ouvir essas coisas.

Aqueles que procedem com cautela costumam fazer isso. Faz oito meses que nossa filha morreu e ainda não me sinto completamente à vontade com a história de perda de outra pessoa. Vamos encarar. Como podemos ter compaixão suficiente pela tragédia alheia quando estamos tão empolgados com nosso próprio sofrimento?
Como podemos ser gentis o suficiente com outra pessoa que sofre quando não conseguimos compreender a nossa? E como a deles poderia ser tão profunda e afetante quanto a nossa? Não é possível que outra pessoa entenda remotamente o quão horrível isso tudo é para nós.

Inicialmente, eu nem pensei nos problemas de outras pessoas. Mas, ao se aventurar pouco a pouco, inevitavelmente há uma pessoa com quem você tem uma história triste. Pode ser um vizinho ou colega ou colega de vizinho. Talvez um professor da escola ou o bibliotecário da cidade ou o instrutor de dança do seu filho.

Ninguém argumentará com você que a perda de um filho é catastrófica. Vai de novo a ordem natural das coisas. A maioria das pessoas dirá que a perda delas não é tão ruim quanto a sua, porque foi uma pessoa mais velha que eles perderam ou foi um amigo adulto ou talvez uma criança ao nascer. Alguns dirão o quanto eles entendem como você se sente. Às vezes, acho difícil me identificar com eles e começo a comparar o meu com o deles. Meu filho morreu. Sua avó morreu. Sem comparação. Eu tive minha filha por 8 anos e você só conheceu a sua por uma hora. Minha tragédia é mais dolorosa que a sua. Eu sei que parece terrível, mas é verdade. Não é para desrespeitar os sentimentos de outras pessoas, é só que no início você tende a comparar.

Agora, vários meses após a morte dela, não há problema em ouvir outras dores. Não tenho que comparar o meu com o deles; Eu só tenho que aceitar que eles também sofreram uma perda. Uma perda é uma perda. Esse processo de pensamento me permite identificar-me com outra pessoa, honrar sua perda e oferecer compaixão. Nossas perdas podem ser diferentes, mas não menos dolorosas para uma do que para a outra.

Ninguém é perfeito, principalmente em circunstâncias extremas. Ainda há momentos em que sinto mais compaixão por mim do que por outra pessoa. Há momentos em que ainda comparo. Mas tento me lembrar de usar o mantra simples "uma perda é uma perda = dor pessoal" e isso me ajuda. Somos humanos e não há problema em sentir como nos sentimos.



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