Transformando Braços em Ferramentas
A guerra civil em Moçambique entre 1976 e 1992 foi um conflito sangrento que levou ao colapso econômico, fome, quase um milhão de vítimas relacionadas à guerra e o deslocamento de vários milhões de civis. Moçambique tinha sido usado como um peão na Guerra Fria, e a luta armada pela independência do domínio colonial de Portugal custou muito ao país. Milhões de armas fluíram para suas fronteiras, nenhuma delas fabricada na África. Quando o Acordo Geral de Paz foi assinado em Roma em 1992, era hora de o povo reconstruir suas vidas e suas comunidades.

Em 1995, um projeto foi criado para ajudar a "desarmar as mãos e as mentes". O bispo Dom Dinis Sengulane iniciou o projeto 'Transformando Armas em Ferramentas' (TAE). O primeiro passo no processo de cicatrização foi remover os AK47, balas e granadas das comunidades. Muitos deles foram enterrados ou escondidos em arbustos. O bispo esperava que seu projeto incentivasse as pessoas a trocar suas armas por equipamentos que pudessem usar para melhorar suas vidas pessoais destruídas pelo desgaste e contribuir para as comunidades locais. Em troca das armas, as pessoas receberam arados, bicicletas, máquinas de costura, sementes, animais com os quais podiam cultivar e, quando uma vila entregou todas as armas coletivamente, receberam um trator.

Acredita-se que seiscentas mil armas tenham sido entregues até o final de 2013 e, lentamente, o processo de reconciliação se desenrolou. As armas foram tornadas inutilizáveis ​​para que nunca mais levassem a vida a ferir ninguém. Artistas na cidade capital de Maputo foram então contratados para criar obras de arte usando as armas. O único objetivo deles era garantir que a guerra civil nunca fosse esquecida. Eles deveriam evitar temas violentos e criar obras que ajudassem o processo de paz.

Graaca Machel, esposa do falecido presidente de Moçambique, Samora Machel, e esposa do falecido Nelson Mandela, foi nomeada Patrona do projeto e tem sido a figura de alto nível necessária para aumentar a conscientização do projeto e compartilhar a mensagem de perdão com o povo de Moçambique.

Existem duas obras de arte muito importantes criadas usando essas armas. O Trono, foi criado por Cristava Canhavato para incentivar a discussão e o debate. Na cultura africana, um trono é um símbolo de poder e prestígio e usado como plataforma para a solução de problemas.

A Árvore da Vida foi criada por Adelino Serafim Mate, Fiel dos Santos, Hilário Nhatugueja e Cristava Canhavato e representa a idéia de uma nova vida para o povo de Moçambique.

“Esses materiais costumavam matar pessoas - cada bala [usada na minha arte] salva uma vida” (Gonçalo Mabunda). O projeto é apoiado pela Christian Aid, em colaboração com o Museu Britânico e o Conselho Cristão de Moçambique para trazer paz e esperança a um país cujo povo está fazendo o que pode para perdoar, mas nunca para esquecer.

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