Tarefas diárias da vida
São as pequenas coisas que mais me atingem na maioria dos dias. São as pequenas coisas quando menos as espero.

No começo, depois que Aine morreu, muitas coisas foram feitas por nós. Alguém limpou. Alguém se certificou de que houvesse papel higiênico nos banheiros e que a louça na máquina de lavar louça tivesse sido guardada. Eles garantiram que tivéssemos lenços e pratos de papel suficientes. A roupa foi lavada, seca, dobrada e guardada. A correspondência era trazida todos os dias e a grama era cortada. As refeições chegaram. Nossa casa era uma atividade muito movimentada, com pessoas cuidando, fazendo o possível para ajudar, para tentar cuidar de nós.

Passamos nosso tempo fazendo arranjos, abraçando, chorando e andando sem rumo pela casa e pelo quintal, tentando descobrir o que diabos tinha acabado de acontecer conosco.

Eu sabia que a vida cotidiana seria mais solitária e mais difícil uma vez que todos tivessem que voltar para suas próprias vidas e eu tivesse que voltar à rotina diária de ser uma mãe que fica em casa. Com o passar do tempo, tive que começar a fazer as coisas que ultimamente haviam sido feitas por mim.

A primeira tarefa mais assustadora que tive foi lavar a roupa. Quão menor cada carga parecia porque eu estava lavando por três agora. Chorei sem parar quando dobrei a roupa porque não estava dobrando a dela. Onde estavam suas pequenas camisetas e meias? O short dela? Seus tops de verão favoritos?

Depois houve a troca dos lençóis na cama de sua irmã, mas não a de Aine. Eu queria rastejar até o beliche superior e trocar seus lençóis também, para organizar seus bichos de pelúcia e travesseiros para ela, do jeito que ela sempre gostou de mim.

Colorir era um passatempo tranquilo e agradável para Aine e sua irmã. Então, quando meu filho de 6 anos quis colorir uma tarde depois da morte de Aine, eu congelei. Isso significava retirar livros para colorir que Aine já coloriu. Isso significava virar as páginas com lágrimas nos olhos e coração no estômago, imaginando se eu a veria trabalhar na próxima página ou se ela teria escrito "por Aine" na parte inferior de uma página.

Ou tirando as tintas laváveis ​​e apenas uma bata. Ou empilhar lenha na garagem e encontrar as joelheiras que usava ao andar de scooter. Ou pegar apenas um balde de Halloween. Ou jogando um jogo de tabuleiro com meu filho mais novo, que também teríamos jogado com Aine. Ou caminhando para a lagoa no bairro. Ou limpando o carro. Ou arrumando a mesa ...

Todas as tarefas simples da vida agora são desafios físicos e emocionais complexos.

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