Douglas Fairbanks como The Gaúcho Film Review
Dois eventos em agosto de 1926 influenciaram a produção do lançamento de Douglas Fairbanks em 1927, "The Gaucho". Fairbanks estava na platéia para a estréia de "Don Juan", de John Barrymore, que apresentava uma partitura sincronizada com som em disco (Vitaphone). Este evento marcou o início do fim do filme mudo. No mesmo mês, Rudolph Valentino morreu. Fairbanks era um transportador honorário honorário no funeral de Valentino em Nova York e testemunhou a histeria em massa pela morte do "Amante latino".

Fairbanks, tanto em suas primeiras comédias quanto nas aventuras de fantasia da década de 1920, interpretou personagens castos e honrados em relação ao relacionamento com o sexo oposto. Com a saída de Valentino, no entanto, Fairbanks decidiu se libertar da imagem dos escoteiros que ele cultivara com tanto cuidado no início de sua carreira. Como em "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse" (1921), o filme que fez de Valentino uma estrela, Fairbanks decidiu interpretar um personagem latino com um apetite sexual descarado. Ele até dança um tango, permitindo uma comparação direta entre ele e Valentino.

Fairbanks sabia que seu público poderia ter dificuldade em aceitar tanto seu caráter libidinoso quanto o tom mais sombrio de "O Gaúcho". Portanto, a religião desempenha um grande papel na trama e oferece a oportunidade para o gaúcho se redimir. A maior parte da ação do filme se passa na Cidade do Milagre, onde um santuário (semelhante a Lourdes) atrai suplicantes que procuram ser curados. Suas ofertas enriqueceram a cidade, atraindo a atenção dos gaúchos e Ruiz, o usurpador.

O gaúcho assume o controle da cidade, dizendo ao padre do santuário (Nigel de Brulier): "Veja, padre, eu recebo o que quero - sem a ajuda de Deus e Seu Livro Sagrado". O gaúcho, em um banquete mais tarde na mesma noite, conduz um tribunal para sua própria diversão. Quando apresentado a uma vítima de The Black Doom (presumivelmente lepra), o gaúcho ordena que ele "vá encontrar um lugar escondido e se mate". A situação muda quando o gaúcho é infectado. A Garota do Santuário (Eve Southern) tem pena dele e o ajuda a orar por um milagre. O gaúcho é milagrosamente curado, derrota o exército de Ruiz e restaura a ordem na cidade.

Até que ele seja reformado pelo contato com A garota do santuário, o personagem de Fairbanks fuma, bebe e faz amor com abandono. Seu tango com a garota da montanha (Lupe Velez) é um dos destaques do filme. Minha única reclamação é que é muito mais curta que a dança de Valentino em "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse". A maneira como Fairbanks usa cigarros faz parte de qualquer discussão sobre "O Gaúcho". No final do tango, por exemplo, Fairbanks chupa o cigarro na boca antes de dar um beijo na Mountain Girl e depois cospe de volta, ainda queimando.

O fumo é parte integrante do personagem gaúcho, mas acho que Fairbanks o está usando para demonstrar a beleza do cinema mudo e o que seria perdido com a chegada do som. Além das inúmeras maneiras em que ele usa fósforos e cigarros em "O Gaúcho", Fairbanks também se move com a graça ballética que aperfeiçoou em "O Ladrão de Bagdá" (1924). Esses movimentos de dança não fazem sentido no mundo realista dos filmes sonoros e Fairbanks parece estar protestando contra o público: "É isso que você está perdendo".

"The Gaucho" está disponível em DVD, e foi assim que eu assisti o filme às minhas próprias custas. Opinião publicada em 04/07/2017.

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